Quadrante: “Estamos a apoiar a Comissão Europeia num dos documentos mais importantes para a economia circular”

O Dia Nacional da Sustentabilidade, que se celebra hoje, foi instituído em junho de 2023, sendo esta data simbólica, já que, foi o dia em que as Nações Unidas adotaram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O setor da engenharia é um dos que tem um impacto crucial na sustentabilidade ao criar soluções inovadoras para desafios ambientais, como energias renováveis e eficiência energética, além de contribuir para a construção civil sustentável e a proteção de recursos naturais. A Quadrante, que se dedica a soluções eficientes nas áreas de energia, mobilidade e cidades sustentáveis, assume que está a dar o seu contributo ao criar e construir em parceria com os seus clientes infraestruturas sustentáveis, responsáveis e duradouras para um mundo melhor. Em entrevista à Forbes Portugal, o Head of Sustainability Business Unit na Quadrante, António Lorena, faz o retrato do estado da arte das boas práticas de sustentabilidade no setor e desvenda a estratégia que a empresa tem no terreno para se cumprir com os ODS.
Portugal anda a vários ritmos. Em vários sectores, principalmente aqueles que estão expostos ao mercado internacional, as empresas com quem trabalhamos acompanham as melhores práticas. A maturidade existe, mas também existe dificuldade de colocar no mercado produtos diferenciados, mais sustentáveis, pois a procura em Portugal não é a mesma do que em outros Estados-membros. Ainda recentemente foi publicado um estudo que confirma as conclusões dos Eurobarómetros: apesar dos consumidores portugueses manifestarem preocupação com o estado do ambiente, não privilegiam produtos com melhor desempenho ambiental no momento da compra. As próprias compras públicas ecológicas também ficam aquém da ambição nacional. Ainda assim, é difícil encontrar empresas que não estejam a par das principais tendências de sustentabilidade. Os sistemas de ação coletiva, os roteiros de descarbonização apoiados pelo PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), entre outros instrumentos, asseguraram a maturidade do mercado. Quando olhamos para indicadores e metas torna-se difícil perceber o verdadeiro impacto dessa maturidade. As métricas que têm sido utilizadas, como o circularity gap, não são bons descritores da circularidade da economia, pois não consideram o perfil económico dos países. Basta Portugal ter um setor extrativo com alguma relevância, para que, automaticamente, a base de análise seja diferente de países pobres em recursos minerais. Muito recentemente, o INE (Instituto Nacional de Estatística) disponibilizou um sistema de indicadores para a economia circular que certamente serão úteis para perceber como é que o país está a evoluir, não tanto por comparação com outros países, mas correndo contra si próprio.